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As preocupações da indústria

A falta ou o alto custo de trabalhadores qualificados foi a preocupação que mais cresceu entre os industriais no terceiro trimestre, aponta a Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O percentual de empresários que classificaram esse como um dos principais problemas enfrentados pelas empresas passou de 18,6%, no segundo trimestre, para 23% na pesquisa atual.
O problema ocupava o 6º lugar na lista dos mais enfrentados pela indústria entre abril e junho, mas pulou para o 3º lugar devido ao aumento de 4,4 pontos percentuais apontado pelo último levantamento.
A elevada carga tributária continua sendo a preocupação mais assinalada pelos empresários, com 33,6%; enquanto a falta ou alto custo de matéria-prima passou da terceira para a segunda posição, com 24,9%.
Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, explica como os desafios com a oferta e a qualificação da mão-de-obra afetam a performance da indústria. “Esse é um problema que vem crescendo há alguns trimestres. Isso tem a ver com questões ligadas ao mercado de trabalho aquecido e ao próprio aumento da produção. É uma questão que preocupa, pois pressiona custos das empresas; consequentemente, pode prejudicar a avaliação da situação financeira e a recuperação da indústria no médio prazo”, pontua. A pesquisa indica que a avaliação dos empresários industriais quanto à situação financeira melhorou no terceiro trimestre. O índice que mede essa percepção cresceu 1,4 ponto frente ao segundo trimestre do ano, chegando aos 51,7 pontos.
O índice de facilidade de acesso ao crédito também subiu no terceiro trimestre. Depois de avançar 1,6 ponto, chegou aos 42,9 pontos. Como está abaixo dos 50 pontos, o indicador mostra que os empresários continuam sentindo dificuldade para captar recursos, embora a percepção seja menor do que nos três meses anteriores.
Azevedo explica que o aumento da taxa básica de juros, a Selic, deve complicar a tomada de financiamento nos próximos meses. “Em setembro, teve início um novo ciclo de aumento de juros, que provavelmente vai se manter durante algum tempo. Já há bastante dificuldade de acesso ao crédito, o que é capaz de piorar no próximo trimestre”, acredita.
O levantamento mostra, ainda, que o indicador que mede a satisfação dos empresários com o lucro operacional atingiu 47 pontos no terceiro trimestre, dois pontos a mais do que no segundo trimestre, sugerindo diminuição da insatisfação dos industriais.
Agora em 62,9 pontos, o índice de evolução do preço de matérias-primas subiu 1,6 ponto na passagem do segundo para o terceiro trimestre. A percepção de aumento dos preços de insumos está mais intensa e é percebida por empresas de todos os portes.
Depois de subir em julho e em agosto, a produção industrial caiu em setembro. A redução foi observada nas pequenas, médias e grandes empresas. No recorte por regiões, apenas o Centro-Oeste apresentou estabilidade. As demais registraram recuo da produção.
Por outro lado, o estudo revela que o indicador que mede o número de empregados chegou aos 51,1 pontos. Pelo terceiro mês consecutivo, o índice ficou acima dos 50 pontos, o que significa que houve alta do emprego industrial. O resultado positivo foi visto em todas as regiões, com exceção ao Sudeste, e foi puxado pelas empresas de médio e grande portes.

Fonte: Revista Anamaco

Desempenho menor do varejo em agosto

Em agosto, as vendas no comércio varejista recuaram 0,3% na comparação com o mês anterior, quando haviam crescido 0,6%. Com isso, em 2024, o varejo registra alta de 5,1% e de 4,0% em 12 meses, o 23º mês seguido em que esse indicador é positivo. A média móvel trimestral, após leva alta de 0,2% em julho, cedeu 0,2% no trimestre encerrado em agosto. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas caiu 0,8% na passagem de julho para agosto. Já na comparação com agosto de 2023, houve expansão de 3,1%, com altas em duas das três atividades complementares: Veículos e motos, partes e peças (8,3%) e Material de construção (4,5%). O único setor a apresentar queda foi o de Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (-11,5%). A média móvel trimestral do varejo ampliado cedeu 0,1% no trimestre encerrado em agosto. “A variação negativa no comércio varejista, em agosto, demonstra uma estabilidade, após o crescimento de 0,6% em julho. O comportamento do comércio em 2024 ainda é positivo, apenas em junho tivemos resultado efetivamente negativo (-0,9%). O aspecto negativo do resultado de agosto é o fato de quatro das oito atividades pesquisadas terem registrado queda significativa, três ficarem estáveis e só uma ter apresentado alta”, explica Cristiano Santos, gerente da pesquisa.
Quando se comparam os resultados de agosto e julho de 2024, 17 unidades da Federação obtiveram desempenho negativo, com destaque para Minas Gerais (-2,4%), Tocantins (-2,0%) e Rondônia (-1,8%). Dentre as dez UFs com resultados positivos, Roraima (2,2%), Ceará (2,1%) e Bahia (1,3%) se destacaram.
No comércio varejista ampliado, houve resultados negativos em 16 das 27 unidades da Federação, valendo mencionar Mato Grosso do Sul (-4,5%), Minas Gerais (-2,9%) e Acre (-2,5%). Rio Grande do Sul (1,9%), Rio Grande do Norte (1,3%) e Roraima (1,3%) chamaram atenção pelo lado positivo. Já Amapá e Distrito Federal assinalaram estabilidade (0,0%).

Fonte: Revista Anamaco

Cresce o uso de canais digitais no reabastecimento de estoques no setor

26% dos varejistas apontam o digital como o canal preferido para realizar suas compras, o que representa uma oportunidade para indústrias, atacadistas e distribuidores, considerando que apenas 16,7% desses fornecedores oferecem um atendimento totalmente digital.
O levantamento mostra que a compra digitalizada destacou-se como o canal com maior potencial de crescimento, refletindo as mudanças no comportamento de consumo e a busca por mais praticidade. Esse canal permite aos varejistas maior agilidade, redução de custos operacionais e acesso a uma oferta mais diversificada, sem limitações geográficas.
Na análise da Juntos Somos Mais, para os fornecedores, a adaptação a esse modelo de atendimento digital pode representar uma importante vantagem competitiva, ampliando a eficiência nas transações e otimizando a gestão de estoques.
Ainda segundo o estudo, atualmente, 43,5% das vendas ocorrem presencialmente, enquanto 39,8% são realizadas de forma remota, evidenciando a relevância dos canais híbridos e que se adaptam às necessidades do cliente. Essa convergência, de acordo com a Juntos, reforça a necessidade de uma estratégia multicanal, em que os fornecedores precisam estar preparados para atender de maneira integrada, tanto presencialmente quanto digitalmente, acompanhando as preferências e as dinâmicas de mercado.
A pesquisa ainda aponta que a tendência é que, com o avanço da digitalização, que está sendo vivenciada no segmento de material de construção, cada vez mais empresas migrem para soluções digitais, potencializando e otimizando as oportunidades de negócios para indústria e fornecedores promovendo disrupção e inovação para os clientes.

Fonte: Revista Anamaco